Guitarrista
Tato Mahfuz lança CD Cá entre nós
Álbum
instrumental produzido por Tato Mahfuz, tem participação de Sizão Machado,
Celso Pixinga, Jarbas Barbosa,Marcelo Maita, Cuca Teixeira e outros
“Bom álbum livre de
rótulos, juntando grandes músicos pelo prazer de tocar. De timbres e intenções
variadas, o clima jazzy impera nas conversas de Tato Mahfuz” Site Ziriguidum
(RJ).
Mais que um disco, o terceiro álbum do
violonista, guitarrista e arranjador Tato Mahfuz é uma conversa musical entre
amigos. Por isso, ele o batizou apropriadamente de Cá entre nós
(www.tratore.com.br). São dez composições, todas autorais, algumas com
participações de músicos como Sizão Machado, Celso Pixinga, Edmundo Cassis e
Cuca Teixeira. O título também pode significar a vontade de proximidade com o
ouvinte como diz o paulistano Tato, “meu objetivo é propiciar bons momentos ao
ouvinte, uma coisa particular entre eu e ele. E nesse sentido, o meu ouvinte
mais crítico sou eu mesmo. Cá entre nós, espero que esses ouvintes gostem”.
As composições possuem títulos
sugestivos, Mil tons é inspirada no famoso compositor mineiro e o
arranjo, na obra de Moacir Santos, como explica Mahfuz: “Além de ser fã de
Milton, a música também tem uma modulação de dois tons, que foi de onde veio o
título. Impressões de um rio foi feita pensando nas coisas lindas que o
pianista norte-americano Bill Evans compôs. Canal 100 é meio obvio para
minha geração, é o nome de cine-jornal, que passava antes dos filmes nos
cinemas, nos anos 70 e 80. A
música quer sugerir isso, maracanã lotado, dia de sol, Fla-Flu, um lance meio
João Bosco”.
Tato é advogado e segue na paralela com
as duas profissões. Se considera autodidata mas em um período da vida estudou
no Clam, a escola
paulista dos integrantes do Zimbo Trio e entre seus
professores estavam Ulisses Rocha, André Geraissati e Nico Assumpcão. Cita
entre suas referências bandas de rock como Beatles e Genesis, além dos
guitarristas Pat Metheny, Pat Martino e John Scofield. Brasileiros também
entram na lista, entre eles, Egberto Gismonti, Toninho Horta, Dori Caymmi, João
Bosco, Edu Lobo ,
Clube da Esquina e Tom Jobim.
O primeiro disco de Tato Mahfuz foi lançado em
1991, Rumo Norte, e lhe rendeu o Prêmio Sharp de Revelação Instrumental.
Intitulado 24h, o segundo trabalho, é de 1995. A distância entre
esses discos e o novo é explicado por ele: “Como advogado
tenho uma carreira no mundo executivo. E gosto muito do que
faço. Conciliar as duas carreiras não é tão simples. Apesar do longo tempo
para lançar um CD, nunca parei de trabalhar com música. Tenho um grande
material para futuras gravações”.
O que difere Cá entre nós dos
álbuns anteriores: “Mais ênfase na música brasileira. Talvez em função de ter
viajado pelo Brasil nos últimos 10 anos. E uma evolução natural também, já que
cresci ouvindo Beatles e só
depois fui despertar para a música brasileira. Além disso, tem a questão da
tecnologia no mundo da música que possibilitou um trabalho com arranjos e
timbres marcantes, com cordas e metais, por exemplo, sem que fosse necessário
uma orquestra real no estúdio o que, provavelmente, inviabilizaria o trabalho.
Outro aspecto é que neste disco há muito mais um trabalho de violão do que de guitarra
e isso acaba refletindo nas composicões e arranjos”.