sábado, 9 de agosto de 2014

Shirley Espíndola recebe Gu Siqueira da banda Gu&Siqueira Offbeat.

Gu Siqueira um dos integrantes da banda Gu Siqueira & Offbeat foi o destaque do Tons do Brasil convidado por Shirley Espíndola


No repertório, músicas próprias de Gu Siqueira, que mixam eletrônica, pop e ijexá, além de uma versão pra ‘Fricote’, dos baianos Luiz Caldas e Paulinho Camafeu

Gu Siqueira
Imagine uma banda de São Paulo, em 2014, que, além de música eletrônica e rock, também toca ijexá, ritmo celebrado pelo Afoxé Filhos de Gandhi, samba-reggae e axé-music! É essa a proposta de Gu Siqueira & Offbeat, banda que tem ele próprio (voz, violão e guitarra) e é integrada por Thiago Liguori (guitarra, eletrônicos e voz), Gui Sanita (bateria), Fernando Sagawa (sax, flauta, eletrônicos e voz) e Alex Huszar (baixo e voz). Estão juntos desde 2012 e lançam o primeiro EP (Extended Play), que pode ser baixado gratuitamente (www.gusiqueira.com.br). 


Entrevista

Uma das letras dá a dica: “Eu não vim de lá/ do Rio nem da Bahia/ conheço bem a primeira estação do metrô/ Jamelão só vi na televisão/ Menina do farol aqui vende drops/ Pai xangô gosta de chiclets/ Menino aprende a tocar tambor na escola/ Samba, rock, reggae, beat, nagô”.
Gu Siqueira: “Nossa banda tem as características da cidade, urbana, multi-facetada, plural. Apesar de não termos vivido o universo da música negra, da forma mais intensa presente na Bahia e Rio de Janeiro, por exemplo, também nos apropriamos do balanço, do groove dela. Nossas influências são muitas: desde Letierres Leite, Fela Kuti e King Tubby, até Luiz Caldas e Daniela Mercury, construindo algo que conversa com a obra de Itamar Assumpção, Tom Zé e Curumin”.




As canções deste disco foram surgindo e sendo gravadas em estúdios diferentes, o que amplia o conceito de uma sonoridade múltipla. Entre os estúdios, o Ambulante Discos, o Síncopa, Estúdio Mario Porto e Vitrola Digital. A mixagem também foi feita por diferentes técnicos, entre eles, Nelson Pintón, Mário Porto e Thiago Liguori, que também assina a produção musical do EP.
As letras, na maioria escritas por Gu, têm várias influências.  A vida passa como o ferro de passar flerta com poesia concreta e haicai. O que você quer escutar, traz o ritmo ‘malemolente’ do afoxé e trata de questões do cotidiano de forma lírica. Homem hora e Meu carro e eu, com batidas mais rápidas, apresentam narrativas urbanas bem-humoradas. Nós, busca a força da música africana e mistura guitarra distorcida e carnaval.
Em 2013, a música O que você quer escutar ganhou videoclipe produzido pela Cliparia e recebeu o prêmio de Melhor Videoclipe no Festival de Audiovisual de Belém (Pará).
Uma curiosidade: o nome da banda surgiu quando um amigo, assistindo a um ensaio do grupo, durante uma improvisação, comentou: ‘que galera offbeat, hein!’.  Offbeat, na gíria musical, significa uma batida pouco comum, ao mesmo tempo em que faz referência ao uso de instrumentos eletrônicos. Nada mais apropriado.


Shirley Espíndola e Gu Siqueira

Gu Siqueira começou a tocar violão e cantar na infância, por influência da família. Nasceu em Perdões (Minas Gerais) mas mudou-se ainda criança para o interior de São Paulo. Morou em São Carlos, onde formou-se pela USP em engenharia mecânica. Ainda no período da universidade montou a primeira banda. Participou de diversos festivais universitários de música e é um dos idealizadores do Bloco do Lulu (em Perdões), que faz um resgate do carnaval de rua. Resolvido a investir na carreira musical, mudou-se para Campinas em 2010, para estudar Canto Popular, na Unicamp. Conheceu os outros integrantes da Offbeat na faculdade.