Shirley Espíndola entrevista Alvaro Petersen
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Álvaro Petersen lança CD ‘Sibipiruna’
Gravado no Brasil, França e Bélgica, álbum tem
participação de brasileiros como Bocato, Jean Trad e Edmundo Carneiro e, de
fora, Sebastian Motz e Valerie Minsi
Sibipiruna
é uma planta muito comum em cidades paulistas. Nativa da mata atlântica
fornece sombra fresca e floração exuberante, com sua cor amarelo vivo. O
nome foi escolhido para intitular o primeiro CD do cantor e compositor paulista
Álvaro Petersen, que, a partir da planta criou uma letra de cenário surreal,
várias sibipirunas brotando na areia de uma praia. “Gosto de criar situações
que só poderiam existir na arte. Por isso uma dos versos diz: “Sibipiruna é uma
flor/ Da árvore da minha terra/ Minha casa mora em frente dela”.
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Shirley Espíndola e Alvaro Petersen |
Apesar de só agora estar
lançando o primeiro disco, a batalha de Álvaro na música remonta ao final dos
anos 1970, quando ele, ainda adolescente, em Ribeirão Preto, sua cidade natal,
fazia parte da turma que tinha também o músico Kiko Zambianchi e o cartunista
Glauco (1957-2010). Apesar de não ter parado de compor, se envolveu com outras
formas de arte. Por exemplo, era um dos manipuladores de bonecos da série Castelo
Ra-tim-bum (1994-1997) da TV Cultura. Teve músicas suas gravadas por
Bebeto, Vera Negri e grupo Heartbreakers e parceiros como a cantora Fortuna e
Paulo Leminski. Também participou de discos de Hélio Ziskind e Fernando Salém.
“Numa carreira de muitas
vertentes de atuação, a música sempre foi minha base criativa e minha grande
paixão. Compondo é como me expresso melhor. Este CD marca uma vontade e a
coragem de mostrar um pouco dessa minha arte”, fala Álvaro, que estudou
arquitetura e cenografia e também é professor universitário de direção de arte.
Entre suas influências, ele
cita um caldeirão. Do grupo inglês The Who ao Clube da Esquina, passando por
Secos & Molhados, bossa nova, o álbum Transa, de Caetano Veloso,
discos de Beto Guedes, James Taylor, Led Zeppelin e Bola de Nieve. “Nos
reuníamos numa praça em Ribeirão para trocar idéias, discos, impressões. Foi um
tempo muito rico, de descobertas: o Brasil saia da ditadura militar, o
movimento punk começava a trazer o ‘essencial’ da música, artistas partiam para
lançamentos independentes, enfim, o início de um novo tempo", lembra Álvaro.
O álbum, que foi gravado no
Brasil, França e Bélgica, é produzido por Edmundo Carneiro, percussionista
brasileiro radicado na França. Participam músicos como Bocato (trombone) e Jean
Trad (guitarra), além da cantora Valerie Minsi (de Paris) e do pianista
Sebastian Motz (Bruxelas).
Sempre muito suingado, o CD Sibipiruna
traz uma mistura de funk, samba-rock, bossa, reggae e baião, tudo dirigido pelo
violão de Álvaro. A poesia vai do lírico como em ‘Morena da praia/ Forma
cachoeira/ teus cachos macios morenos/ E sendo um pirata/ Assaltar-te o corpo/
Roubar-te um beijo’ de ‘Morena da Praia’ a ironia de ‘Me dá sossego/ O
coração lembrou/ Sonhei não teve jeito/ Saudade atormentou/ Não quero nem
pensar/ Quero só te ver de novo/ Pra gente terminar’ de ‘Megera’, passando
pela alegria de Fuzuê: ‘Esse cara que debandou/ Na gandaia/ Desatinado
coração/ Vem lá do coração da gente/ E termina numa cama boa/ Abraçando esta
pele tua/ Com a cabeça cheia de idéias/ E o coração cheio de amor’.
Álvaro Petersen – CD Sibipiruna – R$ 25,00 (em média)
Distribuição Tratore – www.tratore.com.br | ( (11) 3085 1246
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