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Luiz Millan homenageia sua cidade no CD ‘O dia em que São
Paulo floresceu’
Álbum tem destaques da cena musical
brasileira como Léa Freire, Michel Freidenson, Maurício Detoni, Raul de Souza, Teco
Cardoso e Sylvinho Mazzucca, dentre outros.
Se é verdade que todo
compositor tem que cantar sua cidade, o paulistano Luiz Millan cumpre sua parte
com o lançamento do seu segundo CD O dia em que São Paulo floresceu (www.tratore.com.br). São 13 canções com
parceiros e temas diversos, e participações de Maurício Detoni (voz), Michel
Freidenson (piano e arranjos), Léa Freire (flautas), Teco Cardoso (flautas e
sax), Mané Silveira (sax e flauta), Raul de Souza (trombone), Adriana Holtz
(violoncello), Jorge Pinheiro (violão), Plínio Cutait (piano e acordeon), Alex
Duarte (bateria), Lucas Brogiolo (percussão) e Sylvinho Mazzucca (baixo).
Millan comenta o trabalho:
“O título é uma homenagem a essa cidade em que nasci e onde sempre morei.
Apesar de todos os problemas que tem, é fascinante, rica culturalmente e acolhe
todas as tendências não só da música, mas da arte em geral. Daí a idéia de
apresentar ritmos tão variados. É a cara de São Paulo. Ela floresce diariamente
e não nos damos conta disso. Quero chamar a atenção para esse aspecto. É minha
parte nessa contribuição”.
Luiz Millan lançou seu
primeiro CD, Entre Nuvens, em
2011, mas pode ser considerado um ‘veterano’. Formado em medicina
com especialização em psiquiatria, profissão que exerce desde 1982, nunca
abandonou a música, que entrou em sua vida ainda criança, através do
pai que gostava de Dorival Caymmi e dos primeiros nomes da bossa-nova.
Estudou piano, passou para o violão e, um pouco mais tarde começou a compor,
quando descobriu que aquilo podia ser também sua terapia. Em 1980 chegou a
gravar um LP coletivo, com colegas da USP, chamado Ponta de Rama. Apesar
de não ter mostrado as músicas ao público, continuou compondo e já perdeu a
conta de quantas canções. Millan acha que a sigla MPB engloba muitos estilos
e que é bem apropriada para definir o que faz: “A gente vai ouvindo, ouvindo, e
incorpora essa tradição musical, que é tão rica, de uma forma totalmente
natural”.
Luiz Millan em entrevista nos estúdios da Radio Difusora Jundiaí |
O processo de
composição desse álbum variou: “Escrevi letra para música já feita, musiquei letras,
um parceiro fez um texto para uma música minha. As parcerias foram feitas
à distância ou ao vivo, cada um contribuindo com a sua idéia. Muitas melodias surgiram
espontaneamente, mesmo quando eu estava longe dos instrumentos. Escrever letras
é trabalhoso. Não procuro a rima, mas a palavra com sonoridade bonita que transmita
o que tenho em mente”.
Os arranjos feitos pelo
pianista Michel Freidenson acompanharam a concepção de Millan ao transitar
entre o complexo diálogo de vários instrumentos e a delicadeza do encontro de
piano e voz. Essa voz, que no primeiro CD coube a vários intérpretes, na maioria
mulheres, dessa vez foi entregue ao cantor Maurício Detoni.
As
músicas têm títulos como Nada sei do meu desejo, Melodia de Mulher
e Correio Ligeirinho. Beleza Inigualada, música de Millan e Jorge
Pinheiro sob poema do norte-americano Edgar Alan Poe (1809-1849) tem uma história
curiosa: “Ainda cursava medicina quando, em uma viagem, Jorge encantado pelo
poema fez de imediato uma linda melodia para a primeira parte, mas na segunda emperrou...
Era um lugar com muita gente e Jorge chamou-me num canto e pediu que eu fizesse
a segunda parte e, mais uma vez, a música saiu na hora! Essas coisas são assim,
não têm explicação. Acho que Poe nos deu uma mãozinha... Essa música representa
a cidade de São Paulo, sempre aberta à arte de qualquer lugar do mundo”,
finaliza Millan.
Artista Luiz Millan – CD O dia em que
São Paulo floresceu – Preço R$ 27,00
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