domingo, 3 de junho de 2007

Matéria do dia 02 de junho por Carolina Fontebasso



Um mergulho na profunda obra de Clarice Lispector
Escritora é homenageada nos 30 anos de sua morte com exposição, livro e site oficial

O ano de 2007 marca os 30 anos de morte de uma das mais complexas e profundas escritoras da literatura brasileira: é ela, Clarice Lispector. Para recordar a data e homenagear a escritora, o Museu da Língua Portuguesa realiza a exposição “Clarice Lispector – A Hora da Estrela” que aproveita, também, para comemorar os 30 anos de uma de suas maiores obras, “A Hora da Estrela”, lançada em 1977, ano da morte da escritora. Com curadoria de Júlia Peregrino e Ferreira Gullar, a exposição foi organizada em sete ambientes que permitem ao visitante viajar pelas várias faces de Clarice e conhecer mais sobre sua obra e sua vida. Entre os espaços, destaque para o ambiente 5, intitulado “Segredos”, no qual o visitante se depara com uma sala tomada por mais de duas mil gavetas, das quais 65 possuem chaves e podem ser abertas revelando, em seu interior, manuscritos originais, primeiras edições, correspondências e documentos da escritora. São todos segredos de Clarice.
Outro destaque da exposição é o ambiente 4, “O Enigma da Vida e do Universo”, no qual o público, através de espelhos, vê seu reflexo em trechos das obras de Clarice.
Para Gullar, um dos curadores, Clarice Lispector é uma escritora complexa que deve ser vista por diferentes ângulos e uma das causas da admiração dos fãs por sua obra se deve ao fato de seus personagens serem pessoas comuns, parecidas e próximas dos leitores.
Além da exposição “Clarice Lispector – A Hora da Estrela”, os 30 anos da morte da escritora são recordados com o lançamento do livro “Clarice Lispector – Entrevistas” e do site oficial da escritora. O livro “Clarice Lispector – Entrevistas” foi lançado pela editora Rocco e reúne 42 entrevistas que Clarice realizou entre maio de 1968 e outubro de 1969 com personalidades como Nelson Rodrigues, Chico Buarque de Holanda, Elis Regina, Jorge Amado, Zagallo, entre outros. E como não poderia deixar de ser tratando-se de Clarice Lispector, as entrevistas reproduzidas na obra vão além da superficialidade e acabam por revelar muito, tanto dos entrevistados quanto da escritora. Para se ter uma idéia, as perguntas preferidas de Clarice jornalista eram “Qual a coisa mais importante do mundo?”, “O que é o amor?”, “Qual a coisa mais importante para uma pessoa com indivíduo”?
O site oficial de Clarice já está disponível pela internet e oferece a biografia da escritora, vídeos com trechos da entrevista que Clarice concedeu á TV Cultura em 1977, trechos de suas obras, transcrições de suas correspondências e outros conteúdos. Tudo isso você confere pelo endereço
www.claricelispector.com.br.

“Escrevo simplesmente. Como quem vive. Por isso todas as vezes que fui tentada a deixar de escrever, não consegui. Não tenho vocação para o suicídio”

“Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível de ter sentido. Eu não quero a verdade inventada”

Clarice Lispector
Serviço - Clarice Lispector - A Hora da Estrela. Museu da Língua Portuguesa. Praça da Luz, s/n.º, centro, tel. 3326-0775. 3.ª a dom., 10 h às 17 h. R$ 4 (sáb., grátis).

Carolina Fontebasso para o Tons do Brasil.

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